Baleias do Bitcoin estão se posicionando para novo Bull Run
O mercado está se reabastecendo, e os whales (grandes investidores) estão acumulando BTC em níveis de preço ainda atraentes

(Imagem: Prome AI/ Money CallS)
Apesar de o Bitcoin (BTC) estar flertando com suas máximas históricas, a maior criptomoeda do mundo ainda não entrou na fase mais acelerada de valorização do ciclo, conhecida como “bull run” exponencial. A avaliação é do analista Theodoros Christodoulou, da plataforma de análise Lab4Crypto, em artigo publicado nesta semana com o título “Has Bitcoin Peaked? Or Is the Real Bull Run Just Starting?”.
Segundo Christodoulou, os indicadores técnicos e o cenário macroeconômico indicam que o ciclo de alta do Bitcoin ainda está em seu estágio inicial, com grandes movimentos à frente.
“Os dados são claros: este ciclo ainda não atingiu o pico. Nem de perto”, afirma o analista.
Distância de um topo de ciclo
Um dos principais argumentos vem do modelo Power Law, que acompanha a tendência de longo prazo do preço do BTC. Historicamente, os topos de ciclo ocorrem quando o preço do ativo supera essa linha em mais de 70%. Atualmente, no entanto, o desvio está em apenas 5,8%. Em dezembro de 2024, quando o Bitcoin atingiu uma alta local, esse desvio foi de 21,2% — ainda muito abaixo dos picos de ciclos anteriores.
“Estamos longe dos níveis extremos de sobrevalorização que marcaram os topos anteriores”, explica Christodoulou. E o fenômeno não se limita ao Bitcoin. O valor total do mercado de criptomoedas ainda está 50% abaixo do seu valor justo pelo mesmo modelo. Mesmo na alta de dezembro, a métrica só chegou a –2%, muito distante dos +70% registrados em ciclos anteriores.
Alta antes dos cortes de juros
Outro ponto destacado na análise é o fato de o Bitcoin e o índice S&P 500 estarem próximos de suas máximas mesmo com os juros nos Estados Unidos ainda elevados em 4,5% e com o quantitative tightening (QT) — política de contração monetária — ainda em vigor.
“Historicamente, os mercados só disparam após o Fed começar a cortar os juros e encerrar o QT. Se esse é o comportamento antes do alívio… imagine o segundo semestre de 2025”, projeta Christodoulou.
A expectativa é que o ambiente de juros comece a mudar a partir de julho, especialmente se os dados de inflação forem benignos. O analista destaca que o aumento de tarifas promovido pelo governo dos EUA em abril pode ter adiado o impacto sobre os preços ao consumidor, que deve aparecer apenas nos dados de junho e julho. Se a inflação se mantiver controlada, o Federal Reserve terá espaço para iniciar os cortes de juros — o gatilho ideal para um novo ciclo de alta no mercado cripto.
Capital à espera
O relatório também chama atenção para os US$ 7,4 trilhões estacionados em fundos do mercado monetário nos EUA, aguardando maior clareza macroeconômica. Quando essa liquidez for liberada, deve migrar para ativos de risco como o Bitcoin e altcoins, buscando retorno mais elevado.
“Assim que houver clareza sobre tarifas, fim do QT e corte de juros, esse capital começará a se mover agressivamente”, prevê Christodoulou.
Enquanto isso, investidores institucionais já estão comprando de forma discreta. Dados on-chain revelam o crescimento no número de carteiras que possuem entre 1.000 e 10.000 BTC, o que indica a entrada de “smart money” — capital profissional que se antecipa aos movimentos de varejo. “Já vimos isso antes: o dinheiro inteligente entra antes, o varejo chega no topo”, afirma o analista.
Baixo risco e zonas de acumulação
O modelo proprietário de risco da Lab4Crypto mostra que o Bitcoin está atualmente com um risco de apenas 28,67%, um patamar historicamente associado a zonas de acumulação forte em bull markets. Com isso, Christodoulou destaca duas áreas principais de interesse para compras: a Bull Market Support Band, hoje em torno de US$ 97 mil, e a zona dos US$ 100 mil, que combina valor justo, suporte técnico e marco psicológico.
“Enquanto o risco do Bitcoin permanecer baixo, estou confortável acumulando nessas áreas usando a estratégia de dollar-cost averaging”, afirma.
O bull run começa agora?
Para o analista da Lab4Crypto, a fase exponencial da alta pode começar já no final do verão do hemisfério norte, entre agosto e setembro de 2025, desde que os dados de inflação confirmem a desaceleração esperada. “Ainda não vimos os sinais típicos de um topo. E as condições para uma verdadeira explosão de preço estão se formando”, conclui Christodoulou.
Com os fundamentos técnicos e macroeconômicos se alinhando, o recado do analista é claro: o grande movimento de alta ainda está por vir — e os investidores mais atentos estão se posicionando agora, antes que ele se torne evidente para o mercado em geral.

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