Fortes quedas do S&P 500 não indicam recessão, diz State Street
Após dois anos de desempenho excepcional do S&P 500, os investidores estão enfrentando uma realidade que não experimentavam há algum tempo

(Imagem: Unsplash/ Jonny Gios)
A recente correção de 10% no índice S&P 500 (US500), embora alarmante, não sinaliza necessariamente um declínio prolongado, segundo análise da State Street Global Advisors. O relatório destaca que, historicamente, tais quedas são seguidas por recuperações, com setores específicos liderando o caminho. “Após dois anos de desempenho excepcional do S&P 500, os investidores estão enfrentando uma realidade que não experimentavam há algum tempo. Em 13 de março, o mercado entrou oficialmente em território de correção, declinando 10% em relação às máximas históricas”, aponta o relatório.
A análise da State Street, ao revisar dados desde a década de 1920, revela que, após 25 quedas de mais de 10%, os retornos subsequentes em três, seis meses, um e dois anos tendem a ser positivos. “O objetivo disso não é descartar a possibilidade real de um declínio adicional, particularmente após o anúncio de tarifas mais altas do que o esperado pelo presidente Trump. Em vez disso, queríamos reconhecer que correções de 10% não precisam ser devastadoras para o portfólio. Na verdade, a taxa de acerto e o retorno médio futuro tendem a ser positivos”, afirma o relatório.
A pergunta que surge é: quais setores se recuperarão mais rapidamente? A State Street identifica serviços de comunicação, consumo discricionário, finanças e tecnologia da informação como os mais propensos a liderar a retomada. “Historicamente, serviços de comunicação, consumo discricionário, finanças e TI tendem a se recuperar mais rapidamente e entregar retornos futuros mais fortes. Materiais, imóveis, serviços públicos e energia geralmente ficam atrás da recuperação mais ampla”, destaca a análise.
Os setores de recuperação mais rápida, segundo a State Street, geralmente apresentam maior crescimento de lucros, estruturas de custos mais flexíveis e maior elasticidade da demanda. “Tecnologia e serviços de comunicação muitas vezes se beneficiam de tendências de crescimento estrutural que permanecem intactas mesmo após choques de mercado. O consumo discricionário e as finanças são mais sensíveis aos ciclos, então, quando os mercados começam a precificar uma recuperação, esses setores tendem a se mover rapidamente”, explica o relatório.
Em contraste, setores como serviços públicos e imóveis são considerados defensivos e sensíveis às taxas de juros, limitando seu potencial de recuperação rápida. “Em contraste, os serviços públicos e o setor imobiliário são vistos como defensivos e sensíveis às taxas de juros. Eles geralmente não se beneficiam tanto do otimismo da recuperação inicial. A energia é fortemente influenciada pela dinâmica global de oferta e demanda, que pode ficar atrás das recuperações de ações mais amplas”, detalha a análise.
A dispersão setorial, conforme a State Street, apresenta oportunidades para investidores estratégicos. “Embora o índice tenda a se recuperar ao longo do tempo, a dispersão em nível setorial apresenta oportunidades. Setores com maior potencial de ganhos futuros e maior sensibilidade a uma recuperação podem aumentar os retornos após grandes quedas. Quando o mercado cai com força, como – e onde – sua posição para a recuperação importa”, conclui o relatório.
A análise ressalta que a compreensão dos padrões históricos e a identificação dos setores com maior potencial de recuperação são cruciais para os investidores navegarem na volatilidade do mercado.
A State Street Global Advisors enfatiza que, embora a volatilidade seja inerente aos mercados financeiros, a história demonstra que as correções oferecem oportunidades para aqueles que estão preparados para agir estrategicamente.
Assim, investidores devem monitorar de perto os setores identificados pela State Street, ajustando suas carteiras para capitalizar sobre a potencial recuperação, sempre considerando seus objetivos de longo prazo e tolerância ao risco.

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